Quase 30% dos eleitores de SP não foram às ruas neste domingo, em meio à pandemia de Covid-19.

A capital paulista registrou abstenção recorde na votação para o primeiro turno das eleições 2020 em meio à pandemia de Covid-19: 29,29% dos eleitores aptos a votarem não foram neste domingo (15).

Foram mais de 2,6 milhões de eleitores na cidade que deixaram de ir às urnas. Neste primeiro turno, a população votou para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

A abstenção recorde anterior na capital havia sido registrada em 2016. Naquele ano, 22% dos eleitores aptos a votar não comparecem às urnas, 600 mil a mais do que em 2020.

Veja o histórico da taxa de abstenção na capital:
2004: 15%
2008: 16%
2012: 18%
2016: 22%
2020: 29,29% (com 99% das urnas apuradas)
Na cidade de São Paulo, 13 candidatos concorreram à Prefeitura e cerca de 2 mil disputaram uma das 55 vagas na Câmara Municipal.

Neste domingo, no total, mais de 5,3 milhões de votos foram considerados válidos (84% do total). Os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) disputarão o segundo turno.

A pandemia de Covid começou em março, tendo São Paulo como marco inicial. Na segunda quinzena daquele mês, os governos estaduais e municipais impuseram uma série de medidas restritivas de quarentena, para tentar conter a propagação da doença. A partir de agosto, as restrições começaram a ser flexibilizadas, e o comércio, parques e cinemas reabertos gradualmente. Mas o vírus permanece circulando no país.

Grande São Paulo

 

Em todos os 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo houve aumento na taxa de abstenção de 2016 para 2020. Em pelo menos nove desses municípios a abstenção representou mais de um quarto (25%) do total de eleitores aptos a votar.

A capital paulista, junto com Santo André, no ABC, registrou a maior taxa de abstenção. Em 2016 as duas já tinham empatado em primeiro lugar com 22% de abstenções totais em ambas as cidades.

Considerando a taxa de “não voto”, ou seja, quem podia votar, mas decidiu faltar ou votar branco ou nulo, Osasco e São Paulo empataram na primeira posição, com 41% do eleitorado de cada cidade que não escolheram candidato ou não apareceram no local de votação. A diferença é que, em Osasco, essa taxa caiu de 44% para 41%, já na capital paulista ela cresceu de 37% para 41% em 2020.

  • Municípios com mais abstenções na Grande SP:
  • São Paulo – 29,29%
  • Santo André – 28,88%
  • Carapicuíba – 28,50%
  • Osasco – 28,23%
  • Mogi das Cruzes – 27,78%
  • Embu-Guaçu – 27,22%
  • São Bernardo do Campo – 26,62%
  • Diadema – 25,95%
  • Mairiporã – 25,84%

Votação dos candidatos

 

Bruno Covas (PSDB), atual prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, votou por volta do meio-dia e disse que não escolheria eventual adversário em um possível segundo turno. Ele votou acompanhado pelo filho e pelo governador João Doria (PSDB).

“Time que quer ganhar Copa do Mundo não escolhe adversário”, disse Covas na ocasião.

“Uma campanha linda”, resumiu Boulos. “Foi além de apresentar um projeto ousado para São Paulo, um projeto com foco nas periferias, que estão abandonadas”, disse ele.

Ao votar, Márcio França afirmou que cidade precisa de “um piloto mais experiente” para “atravessar turbulência” da pandemia de Covid-19. Ele votou na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na Zona Oeste da capital.

“O problema da economia certamente vai afetar muito mais gente. E não tenho dúvida que um piloto mais experiente tem mais chance de poder atravessar a turbulência”, afirmou o candidato.

“A hipótese de eu não estar [no segundo turno] não existe. Eu vou estar no segundo turno”, disse confiante durante entrevista coletiva.

Fonte: G1